terça-feira, 14 de setembro de 2010

CRONOLOGIA


(com base em apontamentos autobiográficos)


1908- nasce em Curitiba no dia 16 de abril à rua de Paula Gomes nº 19 (antigo), lado esquerdo de quem sobe para o bairro de São Francisco, passando a rua de Mateus Leme. É batizado oito meses após, na cidade do Rio de Janeiro, na igreja do Sagrado Coração de Jesus, na Glória. Foram seus padrinhos D. Maria Barcelos van Erven (avó) e o engenheiro-arquiteto Octavio van Erven (tio), também poeta e colaborador da imprensa.

1916 (ou 1918)- reside por alguns meses em São Paulo, capital, com seus tios Octavio e Helena van Erven

1919- ingressa no Ginásio Diocesano, de Curitiba.

1920- freqüenta, por alguns meses (três?), a Escola de Aprendizes Marinheiros de Paranaguá

1922- festas do 1º Centenário do Brasil. Reside com a família em Ribeirão Claro-PR.

1923- é matriculado no Colégio Salesiano “Santa Rosa”, de Niterói, sendo logo após transferido para o “Aldrige College”, de Botafogo, na cidade do Rio de Janeiro.

1924- revolução paulista (cf. participação de seu pai, Sílvio van Erven)

1925-
- primeiro artigo de colaboração à imprensa local: sua estréia nas letras foi no diário em que, aos 17 anos, era repórter policial: a “Gazeta do Povo”. Publicou-lhe o trabalho Alceu Chichorro, que dirigia o Caderno Literário desse matutino, o qual fez época no Paraná e Santa Catarina

- verifica praça no 5º Regimento de Cavalaria Divisionária, em Guarapuava.

1926- é incluído no 2º Batalhão do 13º Regimento de Infantaria como voluntário, em Ponta Grossa

1927- conclui o serviço militar no 15º Batalhão de Caçadores, tornando-se reservista de 1ª. linha e 1ª. categoria do Exército brasileiro.

1928-
- verifica praça no Corpo de Bombeiros do Estado do Paraná. Dedica-se, por meio de revistas estrangeiras (onze, ao todo) ao serviço de segurança contra incêndios e técnicas de salvamento, daí resultando a elaboração do plano de estudos para um Curso Superior de Bombeiros mencionado abaixo

- fundou o 1º jornal de bombeiros do Brasil, que escrevia quase completamente. Entregou a direção ao 1º ten. João Crisóstomo de Almeida Garret, oficial bem intelectualizado. Mais tarde, denominou um novo jornal do Corpo de Bombeiros, “Labareda”, surgido de “O Incêndio”

1929- redige publicações de seu progenitor
-interessa-se, por volta de 1929, quando ia alto o movimento paranista (ignorando já existir trabalho de Francisco Negrão sobre o assunto), pela pesquisa e tabulação de efemérides paranaenses, daí resultando o seu livro “Datas do Paraná”, de onde, por muitos anos, tirou efemérides a “Gazeta do Povo”, o mesmo sucedendo com a Rádio Clube Paranaense. Colaborava, aliás, nessa época, em todos os jornais de Curitiba, especialmente “O Dia”, do qual foi mais tarde um dos redatores (secção “O Dia Suburbano”), dirigido pelo jornalista Caio Machado.

1930- é comissionado 2º tenente na Revolução de 30

1931-
- elabora Plano de Estudos para um Curso Superior de Bombeiros, apresentado pelo Comando da corporação ao interventor João David Perneta (interino), para fins de aprovação.
- “Catecismo do Policial Paranaense” (1º trabalho em livro, impresso na oficina de “A República”)

Início da década de 30:
- “Outubro de 1930” (efemérides)
- colaboração esparsa para revista do Instituto Néo-Pitagórico

1932-
- segue, na Rebelião Paulista, para a frente litoral (Guaraqueçaba), tomando parte no combate do rio do Cedro

-é admitido e freqüenta, por algum tempo, o Curso de Químicos Analistas do Instituto de Química da Faculdade de Engenharia do Paraná, que abandona. Torna-se, então, autodidata e amigo de velhos intelectuais paranaenses (Benedito Nicolau dos Santos Sênior, Romário Martins, Plínio Alves Monteiro Tourinho, Ciro Silva, Milton Erichsen Carneiro, Alô Guimarães, José Cadilhe, Ricardo de Lemos e tantos outros pro-homens de sua terra, com os quais aprendeu o bastante para dar bases teóricas ao seu inato amor ao Paraná.

1944- publicação dos seguintes livros:

- “Catecismo Econômico” (Iniciação Econômica)

-“Lisímaco”. Semeador de idéias, descortinador de riquezas. (Biografia do prof. Lisímaco Ferreira da Costa)

- “Júlia Wanderley”. Uma vida que igualou o seu destino.

1945-
- reside em São Paulo, empregando-se na “Drykm Co.”, onde freqüenta curso

- noivo, por dois meses, da poeta Helena Kolody
Sobre esse relacionamento, ver  http://dvetextos.blogspot.com.br/, postagem de 22 de janeiro de 2009.   http://dvetextos.blogspot.com.br/2009/01/poemas-inditos-de-helena-kolody.html

1946- “Rossio” (A fantasia e a realidade em torno de uma imagem miraculosa)



1948-
- une-se a Hilda Rosa de Souza (v. foto), natural de Rio Corrente, município de Irati-PR, batizada em 9 de agosto de 1931, filha de Theodoro de Souza e D. Victoria Nascimento (Hilda faleceu em 2 de junho de 2006 no Rio de Janeiro)

- “Contribuição ao Histórico do Hospital de Nossa Senhora da Luz”

..... - “Frenópolis” (contos- in revista “Expressão Política”, ilustrados por Loio Pérsio)

1949- nascimento do 1º filho, Domingos- de- Gusmão, em 27 de agosto

1950- nascimento do 2º filho, Roberto, em 9 de dezembro

1951- “Idéias Trabalhistas”(esboço de teoria do estado)

1952- nascimento do 3º (e último) filho, João-Evangelista, em 5 de abril

1953- Parte geral de uma História da Literatura Paranaense publicada in “Anuário Sul do Brasil” desse ano, edição comemorativa do centenário do Paraná

1954- “Bombeiros do Paraná” (Histórico do Corpo de Bombeiros do Paraná).

.......- “Paraná Sobrevoado” (Histórico da aviação no Paraná. Separata da revista “Expressão Política”, dois cadernos)

1956- reside por alguns meses em Guaratuba
-publica no “Anuário Sul do Brasil” desse ano o artigo “A Igreja de Guaratuba no último quartel do século XVIII”- Um templo anterior à fundação da vila?”. O artigo está assim datado: “Guaratuba, 15 de abril de 1956”

1958- volta a residir em Guaratuba

1960- retorna a Curitiba no princípio do ano

1963- “A Emoção e o Ritmo na Arte e no Estilo de Jaime Balão Júnior”

1979- “A Poesia Essencialista de Carmen Carneiro”

1985- falece em Curitiba

Além dos livros citados acima, Herbert Munhoz van Erven redigiu, durante muito tempo, publicações editadas por seu progenitor, coronel Sílvio van Erven, dentre as quais se destacam:

-“Anuário Sul do Brasil” (medalha de prata na Exposição Farroupilha, 1935), publicado entre 1930 e 1962

-revista “Expansão Econômica” (órgão da Câmara de Propaganda e Expansão Comercial do Paraná), publicada sob a direção de Sílvio van Erven entre 1936 e 1946

-“Paraná Político-Econômico”

Foi correspondente de “A Noite” em Curitiba.

Colaborou para diversos jornais do Paraná e Santa Catarina.

Artigos seus foram reproduzidos em vários Estados do Brasil (Ceará, Pernambuco, Santa Catarina, Rio de Janeiro etc). É autor também de poesias esparsas.
Citado em "A Crítica Literária no Brasil" de Wilson Martins, 2 v. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1983 (2º volume, p. 824) e na "Enciclopédia de Literatura Brasileira" de Afrânio Coutinho e J. Galante de Sousa, 2 v. Rio de Janeiro: Fund. Biblioteca Nac., Acad. Bras. Letras, 2001


ALGUMAS REFERÊNCIAS:


De Romário Martins (que prefaciou “Lisímaco”):

“Lendo-se o estudo biográfico de Herbert van Erven, fica-se grato a este escritor por haver dedicado à exaltação de um dos mais nobres e brilhantes expoentes da cultura paranaense a sua bem formada capacidade de observador e de crítico. Para muitos que lerem este trabalho, van Erven vai ser, talvez, uma revelação, embora já em “Catecismo Econômico” e em jornais e revistas haja com maestria tratado de assuntos de relevo, que requerem indagação, método e cultura. Para outros, porém, para os que já lhe conhecem as possibilidades culturais e a elevação de sua inteligência, este estudo é uma confirmação. Aí se reafirmam as suas notáveis qualidades de escritor e de crítico, dos mais ilustres do Paraná.”


De Leôncio Correia (“Diário da Tarde”, 7 de maio de 1945):

“O livro “Lisímaco”, do senhor Herbert Munhoz van Erven é um nobre e austero trabalho. Tem a nobreza de um ato de justiça e a austeridade de uma sentença histórica. Li-o com devota atenção. Emocionei-me ante muitas das suas páginas – páginas em que a pinacular figura de Lisímaco Ferreira da Costa refulge, inconfundível, aos nossos olhos. O biógrafo fez obra digna do biografado.”


De Valfrido Piloto (sobre “Lisímaco”, in “Gazeta do Povo”, 1º.12.1983):

“/.../ como acentuaria o seu excelente biógrafo Herbert Munhoz van Erven” “/.../ ousaríamos sugerir /.../ a reedição maciça e distribuição pródiga desse livro que aí citamos e com o qual o pensador de uma geração de obstinados da cultura – esse admirável Herbert Munhoz van Erven – jogou, por sobre as araucárias e para dentro dos descuidos de muita gente, além de depoimentos preciosos, a excelsa mensagem redentora deixada por Lysimaco Ferreira da Costa /.../”


De “Letras Paranaenses”, org. por Felício Raitani Neto e Colombo de Sousa, Curitiba, 1971:

“Lisímaco” é, possivelmente, sua obra-prima e (com o “Emiliano” de Erasmo Pilotto) constitui uma das duas melhores biografias escritas no Paraná”.


De David Carneiro (sobre “A Emoção e o Ritmo na Arte e no Estilo de Jaime Balão Júnior):

“/.../ trabalho de fôlego cujo mérito é, sobretudo, de excitar a curiosidade para as obras apontadas e esmiuçadas nos trechos reproduzidos e nas definições exaltadas, que são realmente interessantes, como forma. Embora como filosofia nem todos possam concordar com o autor, que tende ao misticismo, certamente há muita gema sobre o leite fluido da palavra que em catadupa se desprende, escondendo alguns conceitos do melhor quilate. O trabalho do jovem van Erven, que já não é mais uma promessa, senão uma afirmação categórica, vai além do objetivo aparente, porque constitui uma crítica geral da literatura paranaense com uma série de focalizações específicas.”

De Andrade Muricy (do Rio de Janeiro, em carta de 18.01.1964):

“/.../ devo assinalar aqui o meu grande prazer havido na leitura de “A Emoção e o Ritmo na Arte e no Estilo de Jaime Balão Júnior”, de Herbert Munhoz van Erven. Estabelece lucidamente a interação inegável poesia-prosa na expressão de Jaime Balão Júnior /.../”


De Helena Kolody (em carta de 24.06.1979, sobre o ensaio “A Poesia Essencialista de Carmen Carneiro”):

“Parece-me ser este o maior de seus livros. Dono de inteligência, cultura e sensibilidade invulgares, só mesmo o senhor poderia apreender os altos vôos filosóficos da poeta incomparável /.../ Só um crítico de sua envergadura e com sua erudição seria capaz de fazer as profundas sondagens exegéticas, as análises percucientes, dirigidas de todos os ângulos, desvendando a prodigiosa grandeza e a arte impecável da poesia de Carmen. Ninguém poderia dizer mais, nem melhor. /.../ O senhor ergueu um monumento imperecível em honra de Carmen Carneiro. E, ao mesmo tempo, esculpiu no tempo, em letras indeléveis, seu próprio nome de ensaísta.”




                                               Herbert em 1932 (acima) e em 1947 (abaixo)



Mais informações sobre Herbert Munhoz van Erven podem ser encontradas no site dedicado a seu pai, Cel. Sílvio van Erven:  http://silviovanerven.blogspot.com.br/2012/07/cronologia-biografica-1887-em-11_2391.html






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